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Bom dia, Sábado 27 de Abril de 2024

Agronegócios

EUA tem 24 mi de t de soja armazenada para manejar antes da nova safras

SOJA | 14/03/2019 18h 51min

Foto: John M. Steiner, do jornal The Sun

Uma estimativa do governo americano aponta que os produtores rurais dos Estados Unidos estariam carregando uma montanha de soja em seus armazéns de US$ 8 bilhões, ou 24,49 milhões de toneladas, ou ainda, 900 milhões de bushels. Ainda assim, eles se preparam para a safra 2019/20 e, apesar de uma redução de área prevista para a temporada, esta pode ser a terceira maior safra de soja da história dos EUA. 

Segundo a Reuters Internacional, com investimentos de longo prazo feitos, principalmente, em maquinários e armazenagem, os produtores alegam que por ser algo específico a mudança da soja para o milho ou outra cultura não é tão simples como parece. 

Além disso, explicam ainda que, apesar da baixa e da demanda ainda limitada por sua soja, a oleaginosa segue dando melhor renatabilidade do que o milho em alguns casos. Segundo especialistas internacionais, afinal, os preços da commodity, inclusive, teriam registrado um desempenho "melhor" do que o esperado diante dos números e dos fundamentos presentes no mercado. 

"Com uma boa safra, uma boa produtividade, podermos manter algum lucro", diz o produtor Austin Ricker, produtor de grãos em Moweaqua, Illinois, à Reuters. O agricultor deverá dividir sua área em 50% para soja e 50% para o milho nesta nova safra. A decisão é semelhante a de 2018 e qualquer ampliação no milho, segundo ele, poderia aumentar suas despesas. 

Produtores Americanos x Guerra Comercial

E os produtores rurais norte-americanos têm consciência de que suas decisões, apesar de serem suas, estão intimamente ligadas ao que será definido entre os líderes chineses e americanos. Segundo Gary Cohn, ex-dirigente do Conselho Econômico do presidente Donald Trump, os EUA estariam "desesperados agora" por um pacto com a China. 

"O presidente (americano) precisa de uma vitória", disse ele ao podcast internacional Freakonomics e reportado pela agência internacional Bloomberg. A declaração do executivo, porém, diverge dos recentes anúncios de que Trump estaria sem pressa de alcançar um consenso e de especulações de que ele estaria, inclusive, pronto para deixar as negociações. 

"Eu não estou com pressa", disse Trump a repórteres na Casa Branca nos últimos dias.

Nesta quinta-feira, a Bloomberg informou também que Donald Trump e Xi Jinping deverão adiar seu novo encontro, pelo menos até o início de abril, segundo fontes que acompanham as duas delegações nas conversas sobre o acordo. 

Há quem diga ainda que somente no final do mês que vem é que os líderes das duas maiores economias globais devem se reunir novamente, provavelmente na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, apesar dos rumores de que as negociações estariam rapidamente evoluindo.

Ainda de acordo com as fontes ouvidas pela Bloomberg, a nação asiática estaria pressionando os americanos a realizarem uma visita forma para que haja uma cerimônia onde o acordo seja assinado, e não somente uma "aparição discreta". 

Com isso, desde o começo do presente ano comercial - que se encerra em 31 de agosto - a China comprou dos EUA somente 11 milhões de toneladas de soja, contra mais de 28 milhões do mesmo período do ano passado. 

E mesmo com todos os indícios de que a demanda ainda demora a voltar aos EUA, pelo menos o tempo da finalização do acordo, de sua implementação e da mudança na dinâmica atual do comércio da soja - há ainda produtores americanos que acreditam que consumo chinês de soja americana precisa e vai continuar. 

"Eu acho que a demanda vai continuar. Eles tomaram gosto por essa 'dieta'", diz um produtor de 66 anos, Roger Hadley, de Indiana, à Reuters. 

Corrida contra o tempo

Prestes a começarem a plantar a nova safram e apesar do otimismo, os produtores americanos enfrentam uma corrida contra o tempo. Os silos norte-americanos estão abarrotados de grãos e a soja, principalmente, já começa a perder qualidade e também tirar dinheiro do agricultor. 

Agora, além de estarem atentos ao planejamento da safra 2019/20 e ao início dos trabalhos de campo, os agricultores têm de dividir seu tempo ainda com a comercialização - de forma que seja eficiente - e com a qualidade dos grãos que estão armazenando. 

"Os produtores têm de estar mais vigilantes à manutenção da qualidade dos grãos que possuem em suas fazendas. Nossa vantagem agora é o inverno, ao menos nos quesitos insetos e mofo, estas não têm sido preocupações agora até que o tempo fique um pouco mais quente", disse Bob Zelenka, diretor executivo da Minnesota Grain and Feed Association ao portal internacional StarTribune em uma entrevista na semana passada.

A imagem abaixo é de John M. Steiner, do jornal The Sun, mostrando as condições nos EUA em outubro último. Pilhas de soja e milho estavam no chão na Dakota do Norte, na propriedade Woodworth Farmers Grain Co. 

Fonte:   Noticias Agrícolas