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Geral

Adolescente que vende salgados na rua para ajudar avós posta foto de geladeira vazia e pede ajuda em MT

PEDIU AJUDA | 19/03/2021 16h 20min

Rafael pede ajuda com publicação mostrando geladeira vazia, situação do avô após cirurgia e a bicicleta usada no trabalho — Foto: Facebook/Reprodução

A pandemia da Covid-19 deixou a família do Rafael Henrique Pereira Nascimento, de 14 anos, em situação de vulnerabilidade, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Para proteger os avós, de 60 e 65 anos, com quem mora, ele vende salgados na rua, mas, com as restrições durante esse período, o movimento caiu e ele foi para as redes sociais pedir ajuda.

Nesta semana, Rafael publicou fotos e uma mensagem no perfil dele nas redes sociais contando a situação que vive e pedindo ajuda para continuar pagando as despesas de casa.

Uma das imagens mostra a geladeira da família praticamente vazia.

 

“Tive que pedir ajuda, não tinha mais saída. Gosto muito de trabalhar. Minha avó não gosta muito que eu trabalhe, mas eu vou assim mesmo. Sempre ajudei em casa e nunca passamos por uma crise como essa”, contou Rafael ao G1.

 

Para os avós, a atitude do menino é motivo de orgulho.

 

“Não sabíamos que ele tinha feito isso. Fiquei muito comovida quando as doações começaram a chegar. Ele sempre foi assim, se vê faltando algo, toma atitude”, disse a avó, Neurang Freitas.

 

Rafael Henrique vende salgados na rua de bicicleta em Várzea Grande (MT) — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

Rafael Henrique vende salgados na rua de bicicleta em Várzea Grande (MT) — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

Em entrevista ao G1, os avós contaram que moram de aluguel, mas, devido à crise financeira, estão com duas mensalidades atrasadas. A despesa mensal com aluguel, luz e água, segundo eles, é de cerca de R$ 1 mil.

Ambos os idosos têm problemas de saúde, como diabetes, depressão e hipertensão, o que os colocam no grupo de risco. A única renda da família, atualmente, é da venda dos salgados de Rafael. O faturamento é de cerca de R$ 70 por dia.

“Antes eu fazia e ele vendia, mas depois não estava compensando, então ele deu um jeito de pegar pronto para revender. Essa pandemia atrapalhou tudo. Tinha uma filha que nos ajudava, mas ficou desempregada. Como não somos aposentados e não podemos trabalhar, a carga é muito grande em cima dele”, relatou.

Com a publicação de Rafael, que rendeu mais de três mil compartilhamentos, a família recebeu doações de alimentos e uma reforma na bicicleta usada para vender os salgados, que estava com vários problemas.

 

“Graças a Deus as coisas estão indo. Por causa da crise e só eu cuidando de casa, ficou pesado as contas, mas é muito gratificante ver as pessoas ajudando. Ficamos muito felizes e agora temos bastante comida”, ressaltou Rafael.

 

Rafael Henrique concilia o trabalho com os estudos — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

Rafael Henrique concilia o trabalho com os estudos — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

 

Rotina

 

Rafael foi entregue aos avós aos três meses de vida, por falta de condições financeira dos pais para criá-lo.

A partir dos 10 anos, ele passou a dividir a rotina do trabalho com os estudos. Atualmente, o adolescente sai de casa às 6h para vender os salgados e retorna no início da tarde.

Segundo os avós, ele sempre foi dedicado ao trabalho e aos estudos.

 

“É um menino bom, estuda, trabalha. Ele é o homem da casa. Desde que o avô fez uma cirurgia no pé, há dois anos, ele passou a segurar as pontas aqui, mas nunca deixou os estudos”, contou a avó.

 

Por causa da pandemia, as aulas estão sendo à distância. Ele pega as apostilas na escola durante a semana e faz as atividades no período da noite.

“Estou no 8º ano. Não largo os estudos. Trabalho em média 6 horas por dia e aproveito a noite para estudar e fazer as atividades”, contou.

Rafael Henrique sonha em abrir uma lanchonete — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

Rafael Henrique sonha em abrir uma lanchonete — Foto: Rafael Henrique/Arquivo pessoal

 

Sonhos

 

O maior sonho de Rafael, segundo ele, é fazer faculdade de administração e ter uma rede de lanchonetes.

“Sempre tive responsabilidade e gostei de empreender, mesmo minha avó não querendo que eu trabalhasse. Já trabalhei de churrasqueiro, vendedor de roupas, de açaí, várias coisas, nunca gostei de ficar parado e vou continuar para conseguir abrir meu próprio negócio, disse.

Rafael afirmou que o trabalho, além de ser uma forma para sobreviver, é um meio de retribuir o carinho dos avós com ele.

“As pessoas têm que se cuidar e nunca desistir dos sonhos, porque as dificuldades passam. Uma hora posso estar vendendo salgados e outra sendo dono de uma rede de lanchonetes”, finalizou.

 

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Fonte:   G1 MT