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Geral

Doadores de Medula de MT já salvaram 3 vidas; a luta agora é de Ana Luísa

SOLIDARIEDADE | 24/10/2019 16h 37min

Foto: Arquivo Pessoal

A cada caso de paciente entre a vida e a morte, dependendo de transplante de medula óssea para sobreviver, surge nova campanha solicitando doações e, quando envolve criança, a comoção é maior. 

Quem passa por esta situação agora é uma menininha de apenas 2 anos, Ana Luísa, de Várzea Grande, diagnosticada com uma doença no sangue rara. Os pais dela tentam via internet tocar corações para manter acessa a chama da esperança de cura e a população, junto com eles, torcem para tudo dar certo.

Foi assim, atraídos por campanhas como esta, que 65.106 voluntários de Mato Grosso já procuraram o Cadastro de Medula Óssea, que fica no Hemocentro da Capital, e se colocaram a disposição. Destes, 26 tiveram compatibilidade com pacientes, sendo 14 brasileiros e 12 de outros lugares do mundo. Acontece que a compatibilidade entre as partes é algo raro e, depois de exames finais, somente três transplantes se concretizaram. Ainda é pouco, mas são três vidas salvas.

Heróis de verdade

O engenheiro agrônomo Luiz Henrique Vargas, de Cuiabá, não é o super-homem, mas salvou uma vida. Um menino de 8 anos, com anemia Fanconi. Luiz era doador do Hemocentro e, por incentivo dos servidores do local, decidiu se cadastrar no Redome, ele e a esposa. Em 2015, recebeu uma ligação informando que havia um paciente compatível com ele em Belo Horizonte (MG). "É como se tivesse superpoderes. Agradeço a Deus pela oportunidade, que é fantástica, e convido a todos a doarem também”.

Também passou por esta experiência a servidora pública Thaiza Kiromi Miyakwa Pinheiro Badini. Medula retirada dela também salvou uma criança, um bebê de 10 meses, dos Estados Unidos.

É com isso que os pais de Ana Luísa sonham. Uma ligação, vinda de qualquer lugar do mundo, e que possa restituir a saúde da menina.

A mãe Cintia Leitner Paz Ferreira e o marido dela, Jaildo Ferreira, começaram uma campanha na internet para incentivar pessoas a serem doadoras. Esperam achar alguém compatível com a filha e chamam a atenção para a importância de salvar vidas não só da filha, mas de outros pacientes.

Diagnóstico

Ana Luísa foi diagnosticada em julho deste ano com uma doença chamada linfohistiocitose hemofagocítica (LHH). Segundo pesquisa da Universidade Federal Fluminense (RJ), é tida como uma síndrome fatal, que afeta mais as crianças e seu sistema imunológico. “Comporta-se como um câncer, mas não é”, compara a mãe, para facilitar o entendimento.

Iniciando tratamento, o organismo da menina não respondeu como deveria à quimioterapia. Foi quando os médicos disseram que, para ficar curada, somente com um transplante de medula óssea.

Diagnóstico dado, começa a busca por doadores compatíveis no Redome nacional, que, por sinal, é o terceiro maior do mundo, com 4,9 milhões de cadastros.

Outros pacientes

Assim como Ana Luísa, em Mato Grosso 154 pacientes estão na fila do transplante de medula. No Brasil, são 850. Mas as chances de encontrar alguém compatível são extremamente baixas: de 1 para 100 mil doares.

Enquanto aguarda na fila, Ana Luísa faz quimio de 15 em 15 dias. Atualmente, ela e a mãe estão em São Paulo, onde há mais recursos e experiências positivas no combate à doença.

A mãe conta que Ana Luíza está estável. “É uma criança normal, brinca como qualquer outra menina da idade. Mas, por conta do tratamento, exige cuidados, já que frequentemente a imunidade dela abaixa e fica mais vulnerável a doenças".

Apesar da campanha em prol da filha, enfatiza que o cadastramento pode favorecer a qualquer um da fila de espera. “Devem se cadastrar de coração. Se mostrar disponível, caso não tenha problema de saúde”, ressalta.

Como fazer para se cadastrar e se tornar doador?

Os interessados em se cadastrar podem procurar as unidades do Hemocentro com RG e endereço residencial completo. Preencher ficha de inscrição e termo de consentimento, que autoriza a realização do exame para compatibilidade da medula óssea.

Ressalta-se que o cadastro não significa a imediata doação da medula. Após assinar o termo, o doador também autoriza que seu nome vai para o Redome. Amostras de sangue são colhidas do doador e enviadas para encontrar o paciente compatível a ele pelo Brasil e até pelo mundo.

Caso encontre paciente compatível com um doador, é perguntado se ele deseja fazer a doação. Caso responda que sim, ele é deslocado até onde se encontra o doente. Todo o custo de transporte e hospedagem é garantido pelo Ministério da Saúde – seja no país ou no exterior.

São duas formas principais de doação da medula. A primeira é por punção direta com agulha na região das nádegas. Para aliviar a dor, se aplica anestesia e o doador fica em observação por um dia.

A segunda é parecida com uma doação de sangue. O doador recebe um medicamento por cinco dias para estimular a produção de células tronco. O processo dura 4 horas e, como no primeiro, é liberado no dia seguinte para suas atividades normais.

O transplante de medula óssea é indicado para as pessoas que têm doenças que comprometem a produção de sangue pela medula, como a leucemia, hemoglobinopatias, em crianças com doenças genéticas ou nos casos de aplasia de medula.

Fonte:   RDNews/Allan Pereira e Keka Werneck