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Geral

Grávida e bebê morrem no parto em Cuiabá e causas não podem ser identificadas porque exame está suspenso devido à pandemia

MORREU NO PARTO | 26/05/2020 18h 42min

Hana Mara Kraemer, de 26 anos, deixa três filhos — Foto: Arquivo Pessoal

Grávida de 5 meses, Hana Mara Kraemer, de 26 anos, morreu na última quarta-feira (20) no Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá, assim como o bebê. O laudo emitido pelo hospital aponta que não foi possível realizar exame de necropsia pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que aponta a causa da morte da mãe e do filho, em virtude da pandemia de coronavírus. O teste para Covid-19 deu negativo.

Por meio de nota, a unidade hospitalar diz que toda a assistência foi prestada à gestante.

“O Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT/Ebserh) esclarece, em relação ao caso do óbito da gestante e bebê, que os devidos encaminhamentos foram devidamente efetuados pelo hospital. Quanto à questão da necropsia, esta é atribuição do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que, por sua vez, é de responsabilidade do governo do estado".

A Secretaria Estadual de Saúde foi procurada, mas não respondeu à solicitação. Assim que houver retorno, a resposta será incluída nesta reportagem.

A família de Hana, que tem outros três filhos de 4, 3 e 1 anos, jamais saberá qual a causa da morte do bebê e da mãe.

Conforme prontuário de Hana, ela procurou o HUJM com exame de ultrassonografia constando diagnóstico de óbito fetal, no dia 19 de maio. Ela foi internada após afirmar que a Unidade de Saúde da Família de seu bairro não estava marcando consultas pré-natais desde o início da pandemia.

Hana teve o parto induzido no dia 20, um dia após a internação, e, durante o procedimento, sentiu-se mal e teve uma convulsão, seguida de parada cardio-respiratória. Encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Hana não resistiu e morreu algumas horas depois.

Ela chegou a procurar o HJUM outras vezes, mas não foi atendida por estar fechada a Triagem Ginecológica e Obstétrica por falta de pediatras para atender os nascimentos, já que a equipe está focada nos casos de Covid-19.

No atestado de óbito entregue à sobrinha de Hana, consta que a causa da morte é desconhecida, já que o exame de necropsia não foi realizado.

O SVO da Secretaria Estadual de Saúde (SES) funciona há cerca de 15 anos e é executado em parceria com a Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, dentro do Hospital Universitário Júlio Muller, no departamento de Anatomia e Patologia do hospital, em Cuiabá.

O SVO é o órgão responsável pela realização de necropsias nos casos de mortes sem conhecimento da causa mortis ou com diagnóstico de moléstia não definida ou não identificada. O esclarecimento desse tipo de morte é importante para que os familiares possam dar prosseguimento do registro do óbito, funeral e sepultamento de seu ente querido.

Além desse serviço, o resultado da investigação é utilizado na definição de Política Pública de Saúde visando à prevenção e maior vigilância às doenças, para a promoção de diagnóstico e para o acompanhamento de possíveis surtos ou casos isolados de doenças emergentes ou reemergentes (que podem surgir novamente).

 

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Fonte:   G1 MT