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Policia

Desembargador nega liberdade a ex-diretores da PCE suspeitos de facilitar entrada de freezer recheado com celulares em MT

OPERAÇÃO ASSEPSIA | 02/07/2019 21h 30min

Foto: Divulgação

O desembargador Pedro Sakamoto negou o pedido de habeas corpus impetrado pelas defesas de Revétrio Francisco da Costa, de Reginaldo Alves dos Santos e Cleber de Souza Ferreira, suspeitos de terem facilitado a entrada de um freezer recheado com 84 celulares no dia 6 de junho na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Eles foram presos durante a Operação Assepsia, no dia 18 de junho. Revétrio era o diretor da penitenciária, Reginaldo o subdiretor e Cleber tenente da PM do 3º BPM.

O advogado Carlos Frederick, que defende Revétrio e Reginaldo, disse na ação que a acusação da prática de facilitação de entrada de celulares no estabelecimento prisional é totalmente infundada, pois, os ambos, na condição de diretor e subdiretor da PCE, se quisessem facilitar a entrada ilegal deste objetos na unidade prisional, poderiam ter impedido que o freezer em comento passasse pelo scanner, casso estivessem realmente mal intencionados.

“A meu ver, como exposto na decisão, o mero fato de os pacientes, diretor e subdiretor de estabelecimento prisional, estarem, em tese, aliados a membros de um dos grupos criminosos mais perigosos do país, facilitando a entrada de objetos proibidos dentro do presídio, é circunstância altamente repugnante e merece maior reproche do estado”, afirmou a defesa.

Já o advogado Ricardo Monteiro, que defende Cleber de Souza Ferreira, argumentou que o decreto prisional teve por fundamento uma interpretação equivocada dos fatos, já que a ação do policial militar, que atua no Núcleo de Inteligência da Rotam, em entregar um freezer no interior do estabelecimento prisional, que seria destinado ao reeducando Paulo César da Silva, tinha por finalidade uma ‘cortesia’ pelo fornecimento de informações privilegiadas “que ele sempre prestava à sua equipe”.

Disse ainda que Cleber foi investigado por autoridade incompetente, pois estava de serviço atuando na função que exerce.

Para o desembargador, a soltura dos três suspeitos não pode ser deferida “já que se trata de uma organização criminosa voltada à prática de crimes graves que fomentam a subsistência da prática delitiva de presos condenados e faccionados, com a finalidade de se impor como um poder paraestatal para a prática de crimes violentos. Outro fato interessante e digno de registro é que os referidos crimes são encomendados pelo “núcleo de liderança” do comando vermelho de dentro da unidade prisional onde se encontram recolhidos, o que demonstra a ousadia dos membros da organização criminosa, eis que nem mesmo o encarceramento foi suficiente para reprimi-los na reiteração criminal”.

 

Operação Assepsia

 

A investigação começou no início do ano quando a GCCO acompanhava a movimentação das facções criminosas no estado. Para os delegados, a entrega dos celulares, promovida e arquitetada pelos servidores públicos, não foi a isolada e já ocorria há algum tempo.

A operação, da Polícia Civil, prendeu três policiais, dois diretores e dois presos, que já estavam na PCE. Os dois presos são líderes de uma facção criminosa que atua em Mato Grosso.

As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) chegaram até os servidores depois que um freezer 'recheado' com celulares foi entregue na PCE no dia 6 de junho.

 

Veja a lista dos presos

 

 

  • Revetrio Francisco da Costa - diretor da PCE
  • Reginaldo Alves dos Santos - subdiretor da PCE
  • Cleber de Souza Ferreira – Tenente da PM do 3º BPM
  • Ricardo de Souza de Oliveira – Subtenente da PM na Rotam
  • Denizel Moreira dos Santos Jr. - Cabo da PM na Rotam
  • Paulo Cesar da Silva – (conhecido como Petróleo) - líder de facção
  • Luciano Mariano da Silva – (conhecido como Marreta) - líder de facção

 

Em coletiva de imprensa, os delegados da GCCO, Flávio Stringueta e Frederico Murta, explicaram como a polícia chegou até os diretores, policiais e os presos.

Fonte:   G1 MT