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Policia

PRF é condenado a 23 anos e 4 meses de prisão por morte de empresário em briga de trânsito em MS

HOMICÍDIO QUALIFICADO | 30/05/2019 18h 15min

Ricardo Su Moon foi condenado a 23 anos e 4 meses pela morte do empresário Adriano Corrêa do Nascimento — Foto: Jaqueline Naujorks/G1 MS

O policial rodoviário federal Ricardo Su Moon foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão pela morte do empresário Adriano Corrêa do Nascimento em uma briga no trânsito, em Campo Grande (MS) em dezembro de 2016. Moon foi a júri popular nesta quinta-feira (30).

 

De acordo com a sentença, o policial foi condenado a 14 anos pelo homicídio qualificado de Adriano, e 4 anos e 8 meses por cada tentativa de homicídio qualificado, de Aguinaldo Espinosa e Vinícius Cauã Ortiz, que estavam, respectivamente, no banco da frente e de trás da caminhonete.

A mãe de Adriano, Marili Corrêa do Nascimento, disse ao final do julgamento que espera que a sentença seja cumprida: "O que eu passei é uma dor profunda, só quem sabe essa dor é uma mãe que passou por isso. Outra mãe poderia estar sofrendo, amanhã ou depois, se ele ficasse em liberdade", declarou.

 

O júri

 

O advogado de Moon, Renê Siufi, apresentou aos jurados a tese de legítima defesa. O réu, ao dar sua versão dos fatos, afirmou que atirou porque sentiu que poderia ser atropelado, alegando que Adriano, de acordo com sua avaliação no local e laudos posteriormente juntados ao processo, estava sob efeito de álcool e medicamentos controlados.

O PRF afirmou que Adriano teria avançado contra ele com a caminhonete, e para contê-lo, atirou no condutor e não no veículo, porque "Bala não para carro". Dos 11 tiros disparados, 4 acertaram a vítima. A defesa vai recorrer da sentença.

 

Entenda o caso

 

O crime aconteceu na avenida Ernesto Geisel, em frente ao Horto Florestal, no começo da manhã do dia 31 de dezembro de 2016. O policial alega que estava a caminho do trabalho, quando teria sido fechado no trânsito pela caminhonete conduzida pelo empresário Adriano Corrêa do Nascimento. No veículo estavam também Aguinaldo Espinosa e Vinícius Cauã Ortiz, à época menor de idade, enteado de Aguinaldo. Eles saíam de uma boate onde estavam consumindo bebida alcoólica, conforme depoimentos juntados ao processo.

 

O policial afirmou em depoimento que imaginou tratar-se de um atentado, por isso teria descido do carro armado e abordado o motorista. Segundo Moon, ao perceber que os ocupantes estavam embriagados, chamou a Polícia Militar (áudios da ligação foram anexados ao processo) a fim de impedir que Adriano seguisse dirigindo. Ele afirma que o condutor avançou com o veículo em sua direção, momento em que atirou. Adriano morreu no local. Após os disparos, sem controle, a caminhonete bateu em um poste. Vinícius foi atingido na perna.

O policial foi recolhido à viatura da Polícia Militar e chegou a ficar preso, sendo libertado após o prazo com medidas restritivas. Ele continuou servindo junto à PRF, mas em funções administrativas. Em entrevista exclusiva ao G1 em 2018, Moon afirmou que, por conta do que aconteceu, todos os seus anos de estudo não valeram de nada. "O que eu mais prezo é a minha honra e, se eu morrer hoje, ao invés do cara estudioso, vão lembrar apenas do policial assassino", declarou.

Fonte:   G1 MS