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Policia

Bisavó acusada de enterrar recém-nascida indígena que foi resgatada viva após 6h vai a júri popular em MT

CRUELDADE | 22/05/2020 16h 02min

Índia recém-nascida resgatada após ser enterrada viva — Foto: Abelha Táxi Aéreo

A Justiça determinou que a bisavó acusada de enterrar uma bebê indígena viva vá a júri popular. A decisão é do juiz Conrado Machado Simão, da Primeira Vara Criminal e Cível de Canarana, a 838 km de Cuiabá.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), Kutsamin Kamayaura enterrou viva a bisneta Analu Paluni Kamayura Trumai no dia 5 de junho de 2018 logo após o nascimento da criança.

Ainda segundo a denúncia, Kutsamin Kamayaura auxiliou no parto de sua neta Maialla Paluni Trumai, de 15 anos de idade. Na oportunidade, ela cortou o cordão umbilical que ligava Analu à mãe, enrolou a vítima Analu Paluni Kamayura Trumai em um pano, enterrando-a no quintal da casa, em uma cova de aproximadamente 50 centímetros. Após uma denúncia anônima indicando que a família havia enterrado um recém-nascido no quintal da casa, a vítima foi resgatada por policiais militares, com o apoio da Polícia Civil. Todo o resgate foi gravado em imagens de vídeo, momento em que se constatou que a vítima, apesar de enterrada à aproximadamente 6 horas, estava viva.

De acordo com o juiz, existem elementos mínimos para sustentação em plenário da qualificadora do meio cruel, tendo em vista que a vítima foi enterrada viva, incidindo o meio cruel por asfixia. Também há elementos mínimos para que a acusação sustente em plenário a qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima que, na qualidade de recém-nascida, não possuía nenhum meio para se defender.

A criança ficou mais de um mês internada na Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá.

 

O resgate

 

A denúncia anônima feita à polícia na tarde de terça-feira dizia que o bebê havia morrido durante o parto e sido enterrado no quintal dessa casa. Com isso, os policiais foram até o local para saber o que tinha acontecido e retirar o corpo e levá-lo ao IML.

À polícia, a família disse que havia enrolado o corpo da criança em um pano e enterrado em uma cova. Eles indicaram o local onde o corpo estava e os policiais começaram a cavar. Isso por volta de 22h (horário de Mato Grosso).

 

Como foi a recuperação

 

A criança chegou ao hospital de Canarana na noite do dia 5 de junho e recebeu os primeiros atendimentos em uma maca. Ela respirava com muita dificuldade, por isso, o primeiro passo foi desobstruir as vias aéreas.

O nariz e a boca ainda estavam com muita terra e foi preciso fazer a higienização com água morna. Em seguida, a criança foi levada para uma incubadora.

Aquecida e com suporte de oxigênio, a recém-nascida foi transferida para a UTI neonatal da Santa casa de Cuiabá.

 

Seis horas enterrada

Segundo a polícia, a criança foi enterrada por volta do meio-dia e a uma denúncia foi feita no início da tarde. A menina só foi resgatada no período da noite. Os policiais não imaginavam que ela estivesse viva. Para a surpresa deles, ouviu-se um pequeno choro embaixo da terra.

A bisavó assumiu que enterrou a criança e foi presa. Três dias depois, a avó também foi detida como suspeita de participação no crime. Ambas alegam que acreditavam que a bebê tinha nascido morta. A mãe – uma adolescente de quinze anos – disse que não sabia que a filha estava viva quando foi enterrada.

 

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Fonte:   G1 MT