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Policia

Fazendeiro e PMs são investigados por emboscada para matar supostos assaltantes que estão desaparecidos em MT

INVESTIGAÇÃO | 28/08/2020 12h 30min

Fazendeiro e PMs são investigados por emboscada para matar supostos assaltantes que estão desaparecidos em Mato Grosso — Foto: Divulgação

O fazendeiro e os três policiais militares presos na ‘Operação Insídia’, realizada nessa quinta-feira (27) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), teriam envolvimento direto na execução e desaparecimento de seis pessoas no município de União do Sul, região norte de Mato Grosso. O caso ocorreu em abril deste ano.

Das seis pessoas desaparecidas, cinco seriam homens que praticariam um assalto na propriedade do fazendeiro. O sexto desaparecido é funcionário do fazendeiro.

Operação Insídia — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

Operação Insídia — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

As mortes ocorreram em uma suposta emboscada do fazendeiro com a ajuda de policiais militares, inclusive do comandante da Polícia Militar da região. A participação deles, e o que eles ganhariam ajudando o fazendeiro, é investigada em um inquérito sigiloso.

Em nota, a Corregedoria Geral da Polícia Militar informou que já existe um Inquérito Policial Militar(IPM) em andamento apurando a denúncia do suposto envolvimento de policiais militares.

 

Foram presos:

 

 

  • Agenor Vicente Pelissa, de 51 anos, dono da propriedade
  • Evandro dos Santos, de 46 anos, comandante da Polícia Militar de Santa Carmem (MT)
  • Roberto Carlos Cesario, policial militar
  • João Paulo Marçal, policial militar

 

A prisão deles foi decretada pela juíza Thatiana dos Santos, da Vara Única de Cláudia. As investigações apontaram que um funcionário de Agenor descobriu que um grupo de assaltantes cometeria um roubo na propriedade e contou ao patrão.

O fazendeiro, por ter influência na região, inclusive sobre policiais militares, pediu para que a PM fizesse a segurança do imóvel. Os policiais usaram a viatura da PM para isso e teriam planejado uma emboscada a pedido do fazendeiro.

De acordo com as informações do inquérito, o comandante da Polícia Militar de Santa Carmem, Evandro dos Santos, é suspeito de executar os homicídios e possivelmente ocultar os cadáveres na fazenda.

 

“Ainda, há forte comprovação de que a polícia militar de Santa Carmem estaria no local no dia dos fatos, uma vez que segundo o rastreador da viatura, o veículo estava naquela localidade no dia dos fatos, mesmo não tendo competência para tanto, já que o imóvel pertence à União do Sul”, consta trecho da decisão.

 

O delegado regional da Polícia Civil, Douglas Turíbio Schutze, alvo de busca e apreensão na operação, acabou se envolvendo nos fatos ao tentar corromper o delegado responsável pelas investigações para atrapalhá-las a pedido do fazendeiro.

G1 não localizou o advogado dele, no entanto, a Corregedoria da corporação acompanha o caso.

O fazendeiro teria oferecido dinheiro para que houvesse uma demora na apuração do desaparecimento das vítimas.

As investigações apontam que funcionários da fazenda, que estariam ajudando os demais assaltantes, teriam sido executados por pessoas que já estariam na fazenda à espera dos assaltantes e tiveram seus corpos ocultados.

 

Apuração

 

As investigações apuram os fatos ocorridos no dia 18 de abril deste ano, em uma fazenda no município de União do Sul.

Operação Insídia — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

Operação Insídia — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

Naquele local, foram encontrados diversos veículos com perfurações, estojos, munições, além de manchas de sangue e objetos pessoais, sem qualquer registro ou informação do que teria acontecido.

Após a realização de dezenas de diligências, perícias técnicas, buscas pelos corpos, oitivas de testemunhas e de pessoas envolvidas, as investigações apontaram para a execução de pelo menos seis pessoas, seguidas da ocultação dos respectivos cadáveres.

Entre as vítimas está um funcionário da fazenda que trabalhava no local onde o fato ocorreu.

Além dos homicídios, são apurados outros possíveis crimes conexos, como cárcere privado, constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva.

As ações foram realizadas com apoio da Gerência de Operações Especiais (GOE), Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso, Polícia Civil do Estado de Tocantins e Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.

As investigações seguem em andamento.

 

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Fonte:   G1 MT