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Policia

'O nosso sossego acabou', diz irmã de mulher baleada por policial militar em Sorriso

TEVE O ROSTO DILACERADO | 24/01/2020 12h 26min

Foto: Portal Sorriso

A diarista Elizângela Moraes, de 44 anos, que está internada depois de ter sido baleada por um policial militar em Sorriso, na última sexta-feira (17), será submetida a procedimento cirúrgico na próxima segunda-feira (27). Além de ter tido o rosto dilacerado pelo tiro, a vítima foi agredida por outro policial quando estava sentada em um banco público à espera de um motorista por aplicativo. Os soldados Ezio Sousa Dias e Webert Batista Ribeiro, ambos de 30 anos, seguem detidos e poderão responder por tentativa de homicídio.

Em entrevista, uma das irmãs da vítima, Edinéia Moraes, relatou o drama familiar. “Minha mãe está acabada. Nossa vida acabou a partir de sexta-feira e agora nós vivemos essa vida de não sabermos o que fazer, não sabermos o que vai acontecer. Ela não conhecia os policiais. Como a gente não deve nada, a gente não teme o desconhecido”.

Elizângela segue internada no Hospital Regional de Sorriso. Embora os médicos apontem que não há risco de morte, a vítima sofre com o medo do procedimento cirúrgico. O projétil que acertou a face do lado direito, atingiu os dentes da mulher, se estilhaçou e ficou alojou na nuca. Ela precisará ter a face reconstruída.

O caso segue em fase de inquérito policial. Para a polícia, Elizângela reconheceu o soldado Ezio como o autor do disparo de arma de fogo. O exame de resíduo de disparo ainda não foi concluído, segundo o Ministério Público. De acordo com os advogados de defesa, os policias pediram para serem ouvidos novamente pelo delegado.

Elizângela tem três filhos, um de 10 anos, um rapaz de 18 anos e Mônica Alexandra Moraes Silvani, de 24 anos, que pediu justiça nesta manhã. “A família está bem abalada. Não está fácil”, lamentou.

Para a irmã da vítima, Edinéia Moraes, tem sido difícil o sofrimento. “Minha mãe me olhou e disse que queria tanto ter a vidinha tranquila dela de volta e hoje a gente vive esse pesadelo. Ela nunca fez mal a ninguém. Sempre trabalhou para criar os três filhos dela. Ela está com muito medo da cirurgia. Ela sente muita dor, está com 30 pontos por dentro da boca, não consegue se alimentar e nem conversar direito, não consegue levantar”.

O advogado de defesa de Elizângela, Militão de Freitas, frisou que a vítima e o namorado – que também foi agredido pelos policiais – não têm antecedentes criminais e nem provocaram qualquer tipo de discussão.

“Não estamos aqui para denegrir a imagem da corporação, mas essa situação não pode existir, de quem deveria nos proteger comete atos de crueldade. Infelizmente, nesse dia, os dos policiais estavam descontrolados.  E a vida da Elisângela se cruzou com a desses dois policiais. Ela reconheceu os dois como autores e ela e o namorado não tiveram contato com os policiais anteriormente”, disse Freitas.

Outro advogado de defesa da vítima, Gilvani Leal, informou que será pedido dano civil ao Estado e reparação de dano estético. “Não temos nada contra a corporação Polícia Militar. Vejo que estão tomando as providências cabíveis. O comandante abriu procedimento de expulsão e não há como admitir que um agente público cometa atos dessa crueldade. Legalmente, entendemos tanto o soldado Ribeiro quanto o soldado Ezio incorreram em crime de tentativa de homicídio com duas qualificadoras de recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil”.

Segundo informações, a arma usada para atirar na vítima é de uso particular, cuja numeração é raspada.

Extorsão

O policial militar Weberth Batista Ribeiro já responde a denúncia criminal oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em novembro do ano passado, pela prática de extorsão. Na ocasião, a Promotoria de Justiça representou pela prisão temporária do acusado e depois pela conversão em preventiva. Ele chegou a ser preso, mas posteriormente foi colocado em liberdade.

Consta na denúncia que o policial realizou campanas nas proximidades da residência e estabelecimento comercial de um empresário também da cidade de Sorriso para intimidá-lo a efetuar o pagamento de R$ 45 mil. Ele chegou a invadir o estabelecimento comercial da vítima, desferiu um soco em uma câmera de segurança e na sequência passou a pressioná-la fazendo ameaças com expressões provocativas e sugerindo estar armado. Toda a ação foi gravada pelo circuito interno.

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Fonte:   Portal Sorriso