Preso tenta quebrar pescoço de colega; psicólogo aponta transtornos mentais
CASO LUMAR | 18/07/2019 16h 52min
Foto: Reprodução
Durante transfêrencia de Lumar Costa da Silva, 28 anos, nesta quarta-feira (17), à penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o Ferrugem, em Sinop (500 km ao norte), o detento tentou matar o companheiro de cela enforcado. Ao ser advertido pelo agente, Lumar disse que iria quebrar o pescoço de R.R.S. O motivo da briga entre os dois não foi informado.
Lumar é acusado de matar a tia Maria Zélia da Silva Cosmos, 55 anos, a facadas e arrancar o coração dela. O crime ocorreu no dia 2 deste mês. No mesmo dia Lumar foi preso e teve a prisão mantida em audiência de custódia, sendo encaminhado para unidade prisional de Sorriso, onde ficou preso por 16 dias.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp), a agressão aconteceu dentro da cela de triagem da cadeia, conhecida como “camburão”. Um dos agentes penitenciários que fazia o transporte dos presidiários teria ouvido gritos de socorro vindos de dentro do camburão, ao conferir o que estava acontecendo, flagrou Lumar enforcando o outro.
Lumar em 'casa nova'
Por medidas de segurança, a direção do presídio solicitou a transferência, acatada pela Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária por conta das circunstâncias que envolvem o crime.
Ainda levando em conta o perfil do acusado, a comoção gerada pelo assassinato e ódio que pode ter sido gerado contra o criminoso que teria retirado o coração da tia, quando ela ainda estava viva, deacordo com as primeiras suspeitas da polícia técnica.
Na segunda-feira (15), o juiz João Manoel Pereira Guerra autorizou a transferência. Na decisão, enfatiza que embora o Ferrugem tenha sido construído para abrigar 326 presos, hoje com 989, foi atestada pela superintendência penitenciária, no entanto, a existência de vaga. “Feitas essas pontuações, levando em consideração que o reeducando encontra-se na cela de triagem por medida de segurança, a qual encontra-se interditada e ainda considerando que nestes últimos dias a população carcerária reduziu um pouco, concedo anuência para o recebimento do preso”.
Transtornos mentais
Análise do psicólogo Carlos Eduardo Leite sobre Lumar aponta para existência de transtornos mentais que podem estar ligados aos traumas da infância. O psicólogo frisa que foi um crime hediondo e não é a intenção colocá-lo como vítima. Para o profissional, Lumar precisa ser julgado e todos os trâmites jurídicos feitos, mas é necessário falar sobre alguns aspectos importantes do acusado.
Para o psicólogo, esse tipo de comportamento pode ser substrato de um contexto em que ele foi criado. Problemas familiares, financeiros, na escola, rejeições, dentre outros diversos conflitos que podem não ser observados, apenas quando se trata de comentar o fato “Homem arrancou coração da tia em Sorriso”.
A relação problemática com o mãe foi ressaltada logo após o crime. Em depoimento à Polícia e em entrevista à imprensa Lumar afirmou que deveria ter matado sua genitora.
O psicólogo Carlos Eduardo reforça que notícias desse cunho chocam e levam a pensar quais motivos podem estar relacionados. Ressalta que cogita-se, então, no senso comum várias hipóteses: misticismo, simbólico, representatividade do mal contra o bem, doença mental entre outros.
Sendo assim, Leite reforça que além de esperar que a justiça do país seja feita, é importante que, não só nesses casos mas em outros tantos, busque-se entender todos os fatores que estão relacionados. Indagar quais suas origens, refletir, estudar e problematizar para que possamos prevenir e agir de forma estratégica nesses acontecimentos na sociedade.
Crimes
Lumar foi indiciado por homicídio qualificado da tia, por furto do dinheiro dos aluguéis das quitinetes da vítima, pelo roubo do veículo da prima que levou mediante ameaça e por dano qualificado, devido ao ataque às instalações da subestação de energia da cidade.
Fonte: O Bom da Notícia